Espinosa, 21 de Fevereiro de 2020
Diário de bordo da Operação Missionária em Espinosa-MG, de Equipe Missionária Servidores de Cristo.
Saí de casa às 20h50 para encontrar o irmão Robson e a irmã Néia e seguirmos para Santa Cruz (RJ), onde embarcamos com uma parte da equipe no McDonald's da Felipe Cardoso.
Depois de tantas viagens, confesso que meu entusiasmo não é mais o mesmo, não sinto mais as mesmas ansiedades e nem perco meu sono e embarquei nesta nova empreitada sem certas expectativas, o que tem o seu lado bom.
Passamos em Campo Grande e pegamos a outra parte do grupo que nos esperava na Assembléia de Deus.
Eu já considerava um grande privilégio participar desta Caravana, uma vez que já fazia 3 anos que Deus não me permitia ir em nenhuma das viagens missionárias que tentei me organizar para ir. Senti desta vez a permissão Dele depois desse tempo de chá de cadeira.
Então, ser parte da liderança deste trabalho é algo que eu não planejei e nem esperava, e aqui estou eu à frente dos 26 missionários no ônibus. Coisas de Deus.
Paramos em Juiz de Fora às 2h40 da manhã depois de termos saído de Campo Grande pouco depois das 23h30 da noite. Descemos no Graal, lanchamos e fomos ao banheiro.
Aproximadamente às 9h00, tomamos café em Sete Lagoas e seguimos até o almoçarmos em Montes Claros às 13h.
Gerei uma certa expetativa ao passar por Janaúba e Monte Azul porque disseram que estava perto, mas ainda faltava mais de duas horas, o que foi um sentimento meio frustrante, mas passou.
Para a Glória de Deus chegamos às 19h em ponto na cidade, depois de uma imensa dificuldade de orientarem o motorista onde fica a escola onde ficaremos esses dias.
Foi cansativo, dormi pouco, mas uma experiencia maravilhosa! Com relação às minhas outras viagens missionárias que havia feito até este momento da minha vida, confesso que nunca tive uma sensação tão forte de ter sido TRAZIDO em lugar de vindo e vim pensando sobre isso boa parte da viagem.
Fomos alojados, recebemos orientações do Pr. Gilberto, jantamos sopa de macarrão e os irmãos começaram a se ajeitar para dormir. Eu ainda precisei participar da reunião de liderança para resolver coisas do trabalho.
Nota: Eu e o irmão Robson conseguimos uma sala de aula vazia porque estava sem ventilador e ninguém quis ficar. O irmão Carlúcio conseguiu um ventilador e um Benjamin para nós e por fim ficamos em um lugar pra dormir sem tanta aglomeração, já que ninguém queria inicialmente ficar naquela sala.
Espinosa, 22 de Fevereiro de 2020
Diário de Bordo da Operação Missionária em Espinosa-MG, pela Equipe Missionária Servidores de Cristo-RJ.
Acordei aproximadamente às 6h30, fiz a devocional, ajudei a escrever a lista de compras para os irmãos e tomamos café quase às 8h.
Saímos para as atividades no Mercado Municipal, uma grande Feira onde concentram-se muitas pessoas, em especial da zona rural. Distribuímos folhetos e convidamos para a Ação Social que estava acontecendo simultaneamente na igreja, com corte de cabelo, verificação de glicose e pressão.
Ao final fizemos um culto ao ar livre em cima da caçamba de um caminhão velho. Precisei varrer um monte de folhas e tirar lixo para liberar o lugar com a ajuda de alguns irmãos antes. Aproximadamente às 11h, ligamos a caixa de som, o microfone e começamos o culto ao ar livre.
De lá de cima fiz os anúncios das atividades da igreja e dirigi o culto, onde o cantor Ivan de Oliveira e a irmã Catarina fizeram uma participação musical. Depois trouxe uma mensagem com o tema "O único caminho possível" sobre João 14: 1-6 e depois encerramos.
Logo em seguida começou a chover e precisamos esperar para voltar. Pude perceber o entusiasmo e espanto de algumas pessoas ao verem a água caindo do céu, porque isso é coisa rara de acontecer nesta época do ano. Deus faz algumas coisas formidáveis que realmente não esperamos. É bom poder testemunhar.
Almoçamos às 13h e fomos para a igreja ajudar nas atividades. Fizemos evangelismo nas ruas dos arredores, falamos de Deus, oramos com as pessoas, entramos em algumas casas que pediram para levarmos uma palavra e convidamos para as açao social.
Sai na frente de todo mundo pra tomar banho, é claro, e começamos a nos arrumar para o culto de inauguração do templo em Várzea da Faca.
Tivemos um tempo abençoado ali. Confesso que fiquei pasmo com o capricho que tiveram no acabamento da obra: a pintura do templo, as instalações. Tudo no meio de uma região extremamente isolada onde caminhamos mais de 1km em uma estrada totalmente escura para chegarmos ao local. Achamos até uma cobra.
O culto foi lindo! Ficamos felizes com o trabalho. Havia pelo menos 250 pessoas. Consegui contar na base de 120 pessoas dentro do templo e 130 do lado de fora.
Estávamos praticamente na divisa com a Bahia. Viemos embora pouco depois das 22h depois de jantarmos feijão tropeiro na igreja.
Chegamos, tomamos banho e, como estava tarde, os irmãos dormiram rápido.
Tal como ontem, tive uma ótima conversa com o pastor João Batista sobre ministério pastoral. O tipo de papo que muito me alegra e sou muito enriquecido com a experiência dele.
Consegui um "Redoxon" com a irma Néia porque eu estava sentindo que iria gripar à noite e fui dormir.
Eu lá atrás praticamente fazendo "Vida longa e próspera".
Espinosa, 23 de Fevereiro de 2020
Diário de Bordo da Operação Missionária em Espinosa, da Equipe Servidores de Cristo;
Acordei pouco la pelas 5h45 e sabia que não iria dormir mais, pois a chave da escola estava comigo para abrir para a irmãs da cozinha chegarem para o café antes do pessoal acordar.
Tive a difícil tarefa de dividir as equipes para Lagoa do Marroaz e Alta Porteira, sabendo que todo mundo queria ir para este último e haveria enorme insatisfação. Apesar da aflição, Deus me ajudou a organizar tudo, embora eu tenha sofrido um pouco com os insatisfeitos. Liderar é uma coisa difícil.
Depois do café partimos para as cidades nos carros dos irmãos da igreja. Na minha equipe, ficamos com toda a programação do culto da manhã. Pedi ao irmão Isaias para dirigir o culto e a irmã Catarina para cantar. O irmão Ademir e o irmão Aldemiro pediram para cantar no meio da programação. Ao final, levei a Palavra "Fugindo de Deus" e entreguei para o irmão Alcides, dirigente da congregação para falar em nome da igreja.
Após alguns agradecimentos, encerramos e fomos conhecer o poço artesiano que as igrejas batistas construíram aqui para os tempos de seca. A família nos ofereceu café e biscoito de polvilho, nos confraternizamos e fomos embora.
À tarde saímos para o trabalho de evangelização. Encontramos poucas pessoas na rua por ser um Domingo à tarde, mas algumas foram até bem receptivas. Fizemos orações com algumas pessoas, distribuímos folhetos e entramos em algumas casas.
Tudo o que testemunhei ficará guardado em meu coração. Tanto na rua quanto nas casas que nos convidaram a entrar. Difícil não ser edificado neste lugar.
Pedi à irmã Alessandra um pedaço de papel para escrever a Ordem do culto de hoje e fui para a cozinha terminar de planejar as participações, hinos etc. Ela me deu um bloquinho da Gráfica "Dejan" da cidade e serviu muito.
Depois do trabalho, nos arrumamos e fomos para a igreja, onde ficamos responsáveis por toda a programação do culto. Tive a alegria de ir buscar o seu Valdemar e dona Maria em casa depois da visita que fizemos a eles no dia do ontem. Fui na casa deles de carro com o Ivanildo. Eles têm mais de 80 anos e pensam em se reconciliar com Deus.
O culto foi lindo! Muitas participações. Terminamos a programação às 21h45 mas o pastor Gilberto não se importou. Ficou muito feliz e entusiasmado com os projetos e sonhos que Deus pode realizar nesta Terra. Apesar de toda a minha inquietação com esse horário estendido muito além do programado, tive que aceitar que os planos de Deus são melhores do que os meus cálculos litúrgicos em um pedaço de papel. Na minha cabeça, isso não é hora de terminar culto na igreja dos outros, mas se nem o pastor se chateou, é só aceitar que foi um tempo de festa que o Senhor Jesus proporcionou.
Era Deus quebrando um pouco da minha sistematização.
As irmãs nos prepararam janta. Ajeitamos as coisas e fomos dormir.
Espinosa-MG, 24 de Fevereiro de 2020
Diário de Bordo da Operação Missionária em Espinosa, da Equipe Servidores de Cristo;
Acordei 4h da manhã com crise de rinite, fiquei um tempo no patio da escola e contemplei o silêncio pela primeira vez desde que cheguei. Era a terapia de Deus que eu precisava.
Às 6h30 levantei. Tomamos café e partirmos para a casa da irmã Alessandra, que havia pedido culto na sua casa para a Caravana do ano passado. Passei a direção para o irmão Isaias e demos oportunidades ao final para alguns testemunhos, como o irmão Ademir, o jovem Marcos e a irmã Consuelo com as meninas da equipe infantil: Gisele e Flávia. A irmã Catarina cantou, mas o irmão Ivan estava com a voz comprometida e precisou se poupar.
Em seguida partirmos para a casa do pequeno Luan, outra visita prometida e esperada desde o ano passado. Durante todo o tempo, fiquei controlando o horário para não extrapolar as nossas atividades de encerramento.
Naquele lugar houve muito choro e e alegria pois a historia é bonita. Outra coisa que ficara guardada em meu coração. O menino, aos 5 anos, havia dito à nossa equipe que estava pedindo a Deus um emprego de presente.
Sinceramente achei que o projeto havia terminado ali. Fomos à pé para casa, exceto alguns irmãos mais idosos que foram nos carros dos membros da igreja e alguns outros que conseguimos encaixar. Eu já havia adiantado bastante a minha bolsa para a viagem de volta, faltava bem pouco e, indo para este último almoço, fui diminuindo a marcha, por assim dizer. A missão estava praticamente cumprida.
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Pregando na casa da irmã Alessandra. Último dia. |
Após a reunião que tive com a liderança no horário do almoço, tivemos parte da tarde livre e fui com os irmãos Robson e Néia até o centro da cidade. As lojas estava fechadas, mas consegui passar no Banco do Brasil, passamos na farmácia, tiramos fotos e tomamos um sorvete bem gostoso de 3 bolas. O meu foi uva, chocolate e jaca (porque não tinham passas ao rum). Esse tempo de refrigério foi bem agradável. Foi uma honra e um prazer enorme viajar com aquela casal da igreja para essa missão. Pude ver o brilho nos olhos deles e o encanto pela sua primeira empreitada missionária.
Depois de voltarmos, liguei meu "modo furtivo". Eu realmente estava achando que havia acabado. Fiquei mais no meu canto, quietinho enquanto as pessoas comiam cachorro-quente. Eu precisava de um tempo de quietude e me afastei um pouco. Foi bom.
Entramos no ônibus pouco antes das 18h, pois estava tudo adiantado. No ônibus, comecei a ser mais observador do que de costume. Deus foi me mostrando as pessoas que estiveram comigo nesses dias um pouco mais de perto e me pediu para amá-las um pouco mais.
Pude identificar tantas histórias, tantas experiências de vida, tantas lutas nos corações daqueles irmãos que liderei que comecei a perceber onde realmente o Projeto estava terminando, não nas atividades, não nas tarefas, não nos cultos, mas no recado que Deus estava me entregando ali.
Obrigado, Senhor, por me amar e usar esta Operação Missionária para abençoar a minha vida e tratar o meu caráter.
A Jesus toda a Glória.